sexta-feira, 10 de abril de 2020



A Docência em Tempos de COVID-19

Desafios e Reflexões




Como professora e apaixonada pela Educação a Distância é inevitável não refletir sobre o impacto da pandemia do coronavírus nos processos de ensino e aprendizagem, especialmente sobre a perspectiva do ensino, pois os estudantes do século XXI estão mais ambientados com o uso das ferramentas que tem a missão de salvar o ano letivo do ensino presencial: as tecnologias digitais, mediadas pela grande rede de computadores, que nos permite a interação sem os riscos da proximidade física.

Os professores têm trabalhado como nunca! Buscando reduzir o impacto da suspensão das aulas presenciais; mas, como se trata de uma nova forma de ensinar, e o novo sempre gera muita tensão e stress, percebemos que muitos têm questionado a própria capacidade de desenvolver as novas habilidades requeridas pelo momento que estamos passando.

Vamos começar refletindo sobre a fluência digital, e o porquê desta demanda gerar tanta ansiedade e insegurança por parte dos professores, que, com representação significativa, fazem parte da chamada geração X, nascidos entre 1960 e 1980, na qual também me enquadro.

Nascemos e passamos partes de nossa vida no período de polarização política e econômica, época conhecida como guerra fria. Foi também o período do regime militar em nosso país.

Tecnologia na época da geração X? Era bem diferente dos dias atuais. A Internet chegou no Brasil em 1988, através da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, mas só foi socializada em 1996, com seus provedores comerciais. Lembra do “tijolão”? Pois é! Foi o primeiro celular comercializado no Brasil, também na década de 90. Já estávamos no mercado de trabalho nesta época, mas aprendemos a fazer uso dessas tecnologias de forma utilitária, para resolvermos problemas do dia-a-dia.

No contexto educacional, preponderantemente presencial, pouca era a demanda para uso de computadores e internet. A tecnologia mais usada em salas de aulas eram os projetores.
Não somos nativos da era digital, mas podemos migrar e fazer uso assertivo dessas ferramentas tão necessárias e presentes atualmente; mas, como?

Em nossas aulas na disciplina de Educação e Tecnologias, no curso de Pedagogia, muitos estudantes falam da dificuldade de dominar as ferramentas das TICs (Sim! Temos muitos casos na geração Y também, pois vivemos num país de dimensões continentais e com muitas diferenças quando se trata do acesso a essas tecnologias). Para abrir a reflexão sobre essas dificuldades, falamos das crianças nascidas nesta última década, que correspondem a Geração Z. Elas já nasceram imersas em tecnologia.


Vídeo comercial bebê usando celular: https://www.youtube.com/watch?v=klDfB5EjheY

Não foram ensinadas, mas navegam no touchscreen dos celulares e tablets de forma intuitiva e natural, não é? Acessam e programam as Smarts TVs com uma facilidade que nos deixam admirados... O que podemos aprender com eles?

Ops! Aprender com os mais jovens, significa aprender com nossos alunos...

Neste instante pode acender um alerta vermelho no emocional dos professores da Geração X, pois pode confrontar um grande paradigma (que também precisa ser quebrado): a autonomia e o saber docente.

Então vai bater a insegurança e o medo de ser julgado como incompetente para o novo papel que está sendo requerido. E esse estado de ânimo pode comprometer fortemente seu desempenho, travando ou retardando ações que podem ajudar muito a vencer esses desafios, mas, que para isso, será necessário calçar as sandálias da humildade e abraçar um novo desafio de “aprendizagem”.

E nessa inversão tão ‘educativa’ de papeis, podemos aprender muito com as gerações que vieram após a nossa. Podem ser nossos alunos, filhos e jovens de nosso convívio.

Mas tem uma outra ação que é muito útil na construção das competências necessárias para o ensino a distância: coragem para experimentar! Não podemos deixar que o medo de errar impeça nossas tentativas de explorar novas ferramentas e novas formas de compartilharmos nossos saberes.

Os nativos da geração X possuem algumas características, desenvolvidas para atuar socialmente no cenário que falamos no início de nosso texto; e são essas características que traçamos um paralelo com as demandas do momento atual que estamos vivendo:
  •          Busca constante de conhecimento – Pesquisar e experimentar ferramentas que possam contribuir para a transmissão de conhecimentos. Pode ser um Ambiente Virtual de Aprendizagem, disponibilizado pela instituição que você trabalha, um sistema de gerenciamento de conteúdo (Google Classroom. Microsoft Education). Existe atualmente uma infinidade de aplicativos uteis nos processos de ensino. Navegue neste grande oceano de possibilidades!
  •          Aprendizado com os erros – Lembre que só erra quem faz! E o erro também é um agente de crescimento e aprendizado! Os experimentos que falamos vão gerar alguns erros, sim! E será divertido relembrar no futuro, quando já tivermos o domínio das ferramentas e metodologias. Aqui vale também a dica de sempre testar bastante a ferramenta antes de aplicá-la, pois a segurança do uso irá reduzir a carga de stress com o medo do erro durante o desenvolvimento da atividade.
  •          Espírito empreendedor e autoconfiante – Empreender é um verbo transitivo direto que significa “decidir realizar (tarefa difícil e trabalhosa); tentar.” A decisão é o primeiro passo, e, para isso, é super importante que o objetivo de se tornar um profissional ainda mais competente e completo esteja bem firmado em sua mente! Confie nos seus talentos e potencialidades! Você irá conseguir!
  •          Busca de estabilidade – Essa característica da Geração X é a única que não tem muita aderência ao cenário atual, pois vivemos uma realidade de mudanças constantes e aceleradas. A estabilidade propiciada pela construção de novas competências que nos permitam trabalhar com as novas ferramentas das TIC é a segurança de termos um bom campo de trabalho. De não ficarmos para trás.
  •         Preocupação com o futuro – Nos apropriar de novas linguagens e ferramentas de comunicação que possibilitem a continuidade dos processos de ensino e aprendizagem é a consolidação desta característica da Geração X. É essa ação que irá contribuir para a construção de um mundo ainda melhor, para todos.

Bem, agradeço o tempo dedicado para essa leitura e espero ter contribuído para lançar luzes sobre as possiblidades que temos de nos reinventarmos e iniciarmos uma nova jornada de realizações na profissão que abraçamos.

O sentimento que tenho com tudo que estamos passando é de que estamos no “cantinho do pensamento”, numa parada forçada para ressignificarmos nossas vidas e  descobrir novas formas de contribuir para a construção de um mundo melhor.

Sei que vamos conseguir! Juntos!
Curitiba, 10/04/2020


Complementos úteis

Educação no mundo 4.0 é tema de debate virtual no MEC O Ministério da Educação (MEC) iniciou nesta quarta-feira, 8 de abril, uma série de encontros virtuais em que especialistas debatem o contexto e os desafios da educação diante das necessidades da chamada quarta revolução industrial. O evento “Educação no mundo 4.0” faz parte de uma estratégia do ministério para a elaboração de um projeto sobre os desafios da educação diante do novo contexto social trazido pela economia 4.0. Você pode acessar a programação AQUI



Primeiro celular comercializado no Brasil:

Microsoft Education

Google Classroom

Lista internacional elege os 25 melhores aplicativos para ensinar e aprender

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Instrumentos de Avaliação Pedagógica em Contextos de e-Learning | Mapa Conceitual





Mestrado em Pedagogia do e-Learning

UC de Avaliação em Contextos de e-Learning
Professora Doutora Lúcia Amante


Atividade 3: Instrumentos de Avaliação Pedagógica em Contextos de Elearning
Grupo 4: Mapas Conceituais
oAndréa César
oLeideana Bacurau
oRui Rosa
oSandra Melro



quarta-feira, 30 de março de 2016

O Mundo que a gente vive









Publicado por Quebrando o Tabu em Segunda, 28 de março de 2016

terça-feira, 8 de março de 2016

Comunicação Online



Infelizmente a aprendizagem online ainda sofre com preconceitos relacionados ao paradigma que acomunicação só se dá de forma completa quando estamos face-a-face com nossos interlocutores.
Os resultados concretos nos dizem que não, que é possível sim obter o mesmo êxito que a educação presencial nos cursos oferecidos a distância; afinal, a distância é meramente física ou temporal, mas pode ser totalmente neutralizada com a adoção de estratégias e ferramentas que façam os aprendizes sentirem-se presentes, acolhidos e acompanhados durante todo o processo.

Educação a Distância não é uma educação distante.

Partilhamos o nosso processo de aprendizagem na unidade curricular de Psicologia da Comunicação Online.

Ficaremos felizes em saber sua opinião sobre o assunto!



sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Repositórios de Recursos Educacionais Abertos




UC de Materiais e Recursos para e-Learning - Mpel8
Professora Ana Nobre


O objetivo desta postagem é apresentar 3 repositórios de Recursos Educacionais Abertos, conhecidos também como REA.
Inicialmente vamos resgatar o conceito do termo REA, a fim de balizar a análise dos leitores acerca do objetivo comum dessas poderosas ferramentas de ensino e aprendizagem.
O termo REA foi criado pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), no fórum sobre softwares didáticos abertos, realizado em 2002, e apresenta a seguinte definição:
                         "(...) materiais de ensino, aprendizagem e investigação em quaisquer suportes, digitais ou outros, que se situem no domínio público ou que tenham sido divulgados sob licença aberta que permite acesso, uso, adaptação e redistribuição gratuitos por terceiros, mediante nenhuma restrição ou poucas restrições. " [1]
Os REA cumprem o valoroso papel de socializar recursos didáticos digitais, que podem ser usados por professores em qualquer parte do mundo, desde que passado pelo crivo de pertinência e usabilidade adequada para o fim a que se destina.
Como trabalho com Educação Profissional selecionei 3 repositórios que apresentam recursos bastante úteis para a formação técnica de nível médio, como é designada no Brasil.

1. PhET - Interactive Simulations

Projeto fundado em 2012 e capitaneado pelo Nobel em Física Carl Wieman, na Universidade do Colorado, inicialmente desenvolveu recursos apenas para o estudo da física, com o tempo ampliado para outras áreas das ciências. O próprio termo PhET faz referência a "Física" e "Tecnologia".
Atualmente o PhET apresenta simuladores para as áreas de Química, Física, Biologia, Ciências da Terra e Matemática; tendo alcançado a marca de 275 milhões de simulações distribuídas, cumprindo assim o seu objetivo primeiro, de contribuir para a melhoria da qualidade do ensino de ciências, baseado no fato de que através de práticas e demostrações os conteúdos teóricos, muitas vezes rotulados pelos alunos como "complicados", poderiam ser facilmente absorvidos.
Na educação profissional, as simulações do PhET podem ser usadas como complementos nas aulas, fundamentando a construção e alguma competência, como, por exemplo, a propagação das ondas sonoras para o estudo do ruído em um curso técnico em Segurança do Trabalho.
Atualmente os simuladores encontram-se traduzidos em mais de 60 idiomas, além de contemplar uma forma simples de efetuar a tradução, em Java ou em Flash.
As licenças permitem o uso, compartilhamento e adaptação, desde que atribuindo o crédito e para uso não comercial.
Vamos conhecer um pouco mais através deste vídeo:



2. Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin | USP 

Resultado da doação para a USP de toda coleção brasiliana, pela família do bibliófilo José Midlin e sua esposa Guita, amorosamente construída por mais de 80 anos, detêm um acervo de 32,2 mil títulos, dos quais foram digitalizados e disponibilizados para a população, através de meio digital, 3.802 itens, entre livros, manuscritos, mapas periódicos e imagens de valor histórico e cultural incalculável.
O site da Biblioteca Brasiliana da USP disponibiliza um formato digital, através de uma navegação simples e amigável, raridades que o professor pode filtrar a pesquisa por título, autor, assunto ou ano da publicação. 
A ação de digitalizar o acervo atende a dois nobres objetivos: disponibilizar para todo o mundo o acesso a uma parcela importante da história de nosso país e assegurar a sua perenidade, protegendo o acervo das agressões existentes no meio ambiente.
Partilhamos um vídeo que nos mostra como funciona a digitalização de uma biblioteca de raridades.



3. Educopedia

Plataforma online da Rede Municipal de Educação do Rio de Janeiro, a Educopedia é um rico repositório de aulas digitais, cuidadosamente elaboradas e ricas de objetos de aprendizagem que tornam as mesmas interativas, dinâmicas e bastante motivadoras para os alunos do 1º ao 9º ano.
Experimentamos a aula digital nº 24, da seção “Grandes Obras”, para o 9º ano, cujo título é “Navio Negreiro e outros Poemas”, que trata de forma dinâmica a abordagem poética do abolicionista Castro Alves. Em forma de slides utilizando o software powerpoint, o plano de aula é minuciosamente detalhado e enriquecido com hiperlinks que direcionam o aluno para os objetos de aprendizagem pertinentes ao estudo.




[1] http://www.unesco.org/new/fileadmin/MULTIMEDIA/HQ/CI/WPFD2009/Portuguese_Declaration.html


sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Materiais e Recursos para e-Learning | Bibliografia Anotada






UC de Materiais e Recursos para e-Learning
Professora Ana Nobre
Mestranda: Andréa César Pedrosa da Silva – nº estudante 1400271


1. Silva, R. S. (2011). Objetos de Aprendizagem para Educação a Distância, Recursos Educacionais Abertos para Ambientes Virtuais de Aprendizagem.  São Paulo: Novatec Editora.
Descrição
Neste livro, Robson Santos da Silva busca lançar luzes sobre as dificuldades existentes para a utilização efetiva dos recursos educacionais abertos, seja no ciclo de produção ou de compartilhamento, com ênfase nos recursos digitais constituídos sob a forma de Objetos de Aprendizagem (OAs), com suas características de acessibilidade, reutilização, durabilidade e interoperabilidade. O livro apresenta também opções de softwares gratuitos com interfaces amigáveis para produção de OAs por profissionais que não dominem linguagens especiais de programação, além de esclarecer sobre o processo de licenciamento destes objetos de aprendizagem em repositórios de Recursos Educacionais Abertos.
Avaliação
É de grande relevância para os profissionais que atuam na Educação a Distância conhecerem as características e especificidades dos OAs, do ponto de vista pedagógico e também técnico, com os respectivos protocolos e padrões de empacotamento digital nos ambientes virtuais de aprendizagem ou repositórios de Recursos Educacionais Abertos.  São conhecimentos básicos e indispensáveis para a boa utilização destes recursos, tão importantes para o ensino e aprendizagem a distância.

2. Amiel, T., Orey, M., West, R. (2011). Recursos Educacionais Abertos (REA): modelos para localização e adaptação. ETD – Educação Temática Digital publicação científica eletrônica da Faculdade de Educação da UNICAMP, v.12, n.esp., p.112-125. Recuperado em 22 de novembro, 2015, de http://periodicos.bc.unicamp.br/ojs/index.php/etd/article/view/1206/1221
Descrição
Os autores examinam neste artigo a expansão do número de repositórios e bibliotecas virtuais, que visam facilitar o acesso a variados recursos para usuários de todo mundo, e a consequente necessidade de adaptação para cada localidade, a fim de que não ocorram choques culturais. Partindo do pressuposto de que é impossível remover a cultura de um recurso educacional, o artigo apresenta razões e estratégias para que as questõ6es culturais sejam elencadas no processo de design de objetos de aprendizagem.
Avaliação
Compreender as características fundamentais dos REA, que permitem o reuso, a remixagem, a revisão e a replicação, é o ponto de partida para possibilitar ao usuário a análise crítica e pensar alternativas relativas a adaptação a culturas e nacionalidades distintas, conhecida como ‘localização’ pelos designers de software. Dentre os três modelos para adaptação apresentados pelos autores, que partem do Recurso Educacional (RE) tradicional, que depende do design, o leitor conhece os Recursos Educacionais com Saliências Culturais (RESC), que oferecem suportes para explicar os elementos culturais aos usuários e replicadores; os n-Culturas, cuja equipe de desenvolvedores agrega representantes das culturas em cujo OA será aplicado; e, o Recursos Educacionais  com Adaptações Culturais (REAC), extremamente flexível e que pode conferir ao desenvolvedor e usuário uma maior granularidade, aumentando bastante o reuso, por culturas diferentes, cumprindo adequadamente o papel social de um RE digital.